O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse que a Jovem Pan é um exemplo de mídia tradicional que se deixou ser utilizada como “verdadeiro braço de partido político”.
O magistrado vaticinou nesta quinta-feira, 18, durante uma sessão da Corte Eleitoral.
“É um exemplo de como a mídia tradicional, e a Jovem Pan é uma mídia tradicional, pode ser instrumentalizada e permitir ser instrumentalizada, num procedimento e modus operandi participativo das mídias digitais, para compartilhar desinformação. A Jovem Pan se deixou e quis ser utilizada como verdadeiro braço de partido político.”
Ato continuo, o plenário do TSE multou em R$ 10 mil a senadora Mara Gabrilli (PSD-SP), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).
A Corte condenou os parlamentares por vincularem, durante o período eleitoral, o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva ao assassinato de Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André (SP).
Em 2022, a senadora Mara Gabrilli, em entrevista à Jovem Pan, disse que Lula fez “pagamento elevado” para que não o vinculassem ao caso Celso Daniel. Ressalte-se que, enquanto senadora, ela goza de imunidade parlamentar para emitir suas opiniões ou fazer denúncias, aliás, isso não é um privilégio, é sua obrigação. Claro que trecho do vídeo viralizou nas redes sociais.
Moraes afirmou que a conversa de Mara com a Jovem Pan “não tem nada de entrevista”, mas, sim, “uma propaganda política negativa”.
O ministro disse que “chamaram uma candidata a vice-presidente para produzir conteúdo falso”.
Ressalte-se que a senadora conhece profundamente o assunto, pois o falecido prefeito de Santo André, Celso Daniel estava envolvidos em grandes esquemas de propina com as empresas de ônibus urbanos e o pai de Mara Gabrilli era um dos extorquidos, pois ele era o proprietário de uma dessas empresas.
Realmente existem veículos no Brasil especializados em distorcer fatos ou partir para fake News direto, mas isso a longe da Jovem Pan.
Por outro lado, vejam essa manchete de 11/02/2020 que tenta vincular Jair Bolsonaro ao assassinato da vereadora carioca Marielle:
“Voz que liberou entrada de acusado de matar Marielle em condomínio não é do porteiro que disse ter falado com Bolsonaro, diz laudo” – inédito uma Fake News ‘com laudo’, só que não foi a Jovem Pan, mas sim o portal G1 da Globo que divulgou. Tanto que dias depois o próprio G1 desmentiu e culpou o porteiro, claro.
Mais uma:
“Questionado sobre plano de facção contra autoridades, Lula diz que não vai atacar ninguém 'sem ter prova', mas vê 'armação' de Moro” novamente essa manchete é do portal G1, mas a mesma insinuação de Lula, foi publicada pela Folha e UOL. Depois, desmentidos pela própria PF, nenhum veículo ou mesmo Lula sofreu qualquer sanção.
Eduardo Negrão
Consultor político e autor de "Terrorismo Global" e "México pecado ao sul do Rio Grande" ambos pela Scortecci Editora.